sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Ele se foi, como tudo e todos. Ele se foi como a brisa de verão, que passa e refresca, mas que depois de minutos ou segundos já deixa gostinho de “quero mais”. Ele se foi como aquela borboleta linda que pousou na minha perna, me deixando angustiada por não ter tido a capacidade de pegá-la para mim. Não era para mim. Era de tudo, menos minha. Ele se foi como minha paixonite no ônibus que eu tive ontem. Olhos claros, cabelos pretos cor da escuridão, uma pinta que beirava o lábio, barba rala e sem atenção nenhuma a mim. E eu me agoniei de novo por não ter pegado-o para mim, como a borboleta. Não era pra ser meu. De outra, mas não meu. Ele se foi como aquele carro que eu queria, mas que dobrou a esquina depois de um sinaleiro que demora exatamente 40 segundos para abrir e fechar. Ele se foi como aquele inverno tão esperado. Cobertas grossas, chá e leite quente, achocolatado com bolachas, colo de mãe, filmes, pantufas, meias e um amor pra se enxergar da rua. Ele se foi como o meu sonho de querer viajar pelo mundo e conhecer todas as pessoas possíveis. Ele se foi com as malas nas mãos e eu nem pude impedi-lo. Primeiramente porque eu já esperava isso dele e de tudo o que eu almejava. Ele se foi e sequer me deu um beijo na testa. Na testa! Ele se foi e eu não pude e nem quis impedi-lo. Já era de se esperar. Tudo se cansa de mim e eu me canso de tudo. Tudo tem validade, tudo tem data de entrega, fabricação e devolução. Ele se foi, e eu sequer quis ouvir o que ele tinha pra dizer. Não era pra ser. Não era pra ser meu. Não era pra eu ser. Não era pra ser assim, mas foi. E foi, como tudo e todos. Deixando perfume, lembranças e uma puta de uma saudade. Saudade que não cabe aqui dentro. E mesmo socando, nem cortando em pedacinhos ela diminui. Ele se foi, como já era previsto desde o primeiro capítulo do nosso pequeno e curto livro. Curtíssimo. Durou menos do que eu esperava. E eu achava que seria ele que iria me aguentar para o resto da vida, mas não. A loucura dele não era tanta assim, e mesmo que a vontade dele fosse ficar, ele se foi. Se foi porque é sempre assim e sempre vai ser. Se foi porque não passava de um grande e completo idiota. Se foi porque é fraco e previsível. Se foi como o meu ex, o meu outro ex e a minha paixonite no ônibus de ontem, antes de ontem e de todos os dias que eu vou ao curso. Se foi como tudo e todos, deixando uma puta saudade. Se foi, e como disse Tati, assim como todos os outros, ele foi mais um cara que mereceu um texto meu. Mereceu porque se deu o trabalho de ir embora; se deu o trabalho de se preocupar somente consigo mesmo. Mereceu, porque assim como tudo e todos, deixou uma puta de uma saudade. Não era pra ser um texto de amor, e creio que nem tenha sido. Não era pra ser pra ele, mas assim como tudo e todos, se foi. E sabe de uma coisa? Ele sabe. Sabe que eu sinto saudade, mas sabe que tem prazo. Ele sabe que foi mais um e que eu fui tudo. Se não tudo, algo. Algo que assim como ele, deixou uma puta saudade e um peito pra lá de inchado e carente. Ele se foi como a brisa de verão, e eu fiquei parada, esperando que ele voltasse. E quer saber de mais uma coisa? Ele sabe. E sabe também que eu não o espero mais. Mas foi uma pena, pois assim como ele, eu me fui.

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